sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Concurso de Poesia Villa-Lobos

O C.A 6 de Outubro da Faculdade de Letras, em parceria da Biblioteca José de Alencar, da Roda de Letras (grupo de poetas da faculdade) e do DCE Mário Prata estão organizando o Concurso de Poesia Villa-Lobos, que visa prestar homenagem ao gênio da música no 50º ano de sua morte. O Concurso vai até o dia 02 de novembro e o vencedor será anunciado no dia 17 de novembro. Enviem seus poemas para o endereço concursovillalobos@gmail.com para participar.

PREMIAÇÃO:

  • 1º colocado: 2 livros oferecidos pela BJA + 1 Vale-Livro no valor de R$40,00 (quarenta reais)
  • 2º colocado: 2 livros oferecidos pela BJA + 1 Vale-Livro no valor de R$30,00 (trinta reais)
  • 3º colocado: 1 livro oferecidos pela BJA + 1 Vale-Livro no valor de R$25,00 (vinte e cinco reais)

Segue abaixo o regulamento ou baixe neste link:

http://www.4shared.com/file/141367845/6fb56e99/Regulamento_Villa_Lobos.html

CONCURSO LITERÁRIO
“50 ANOS SEM VILLA-LOBOS (1959-2009)”

Capítulo I. Do Concurso

Art. 1º O Concurso Literário “50 ANOS SEM VILLA-LOBOS (1959-2009)” é uma iniciativa do grupo de poetas “Roda de Letras” em conjunto com o Centro Acadêmico 6 de Outubro, o DCE Mário Prata da UFRJ e a Biblioteca José de Alencar (BJA) da Faculdade de Letras da UFRJ e destina-se a prestar homenagem ao músico brasileiro, no 50º ano de sua morte.
Art. 2º O Concurso Literário “50 ANOS SEM VILLA-LOBOS (1959-2009)” tem por objetivo estimular e fomentar a leitura, escrita e incentivar a transdisciplinaridade.
Art. 3º O Concurso Literário “50 ANOS SEM VILLA-LOBOS (1959-2009)” tem caráter exclusivamente cultural, sem nenhuma modalidade de sorteio ou pagamento pelos concorrentes, tampouco é vinculado à aquisição ou ao uso de quaisquer bem, direito ou serviço.

Capítulo II. Da Abrangência e participação

Art. 4º O Concurso literário é exclusivamente voltado para a comunidade discente da UFRJ.
Art. 5º Podem se inscrever e concorrer ao Concurso literário alunos de graduação e de pós-graduação de todas as unidades da UFRJ.

Art. 6º Não podem participar do Concurso Literário pessoas ligadas aos organizadores (Roda de Letras, Biblioteca José de Alencar – BJA, Centro Acadêmico 6 de Outubro e DCE Mário Prata da UFRJ)

Capítulo III. Das inscrições

Art 7º As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no período de 02 de outubro a 02 de novembro de 2009.
Parágrafo único: Só serão considerados os trabalhos com data do envio da documentação dentro do prazo estabelecido. Será considerada a data protocolada na BJA, do envio pela internet.
Art. 8º As inscrições podem ser feitas via internet pelo e-mail: concursovillalobos@gmail.com
Art. 9º Cada participante deverá enviar três trabalhos para julgamento.
Art. 10º Deverão constar os seguintes dados: Nome completo, telefone de contato, e-mail, curso e pseudônimo (se houver).
Art. 11º Os trabalhos desenvolvidos em grupo deverão ser inscritos em nome de apenas um dos integrantes, mencionando os demais participantes.
Parágrafo único: O Prêmio será entregue apenas à pessoa em nome da qual o trabalho foi inscrito. Os organizadores não se responsabilizam pela divisão do prêmio entre os demais integrantes do grupo e nem pela autoria dos respectivos trabalhos.

Capítulo IV. Da apresentação dos textos
Art 12º Serão aceitos textos (poema e prosa) que versem sobre a vida e/ou obra musical de Heitor Villa-Lobos.
Art 13º Todos os textos devem ser inéditos.
Art 14º Os trabalhos entregues devem obedecer às seguintes características:
Poema: não deve ultrapassar 4 (quatro) páginas;
Prosa: não deve ultrapassar 10 páginas.
Art 15º Todos os textos devem ser digitados em corpo 12, fonte Arial, e formatados em folhas tamanho A4 e entregues em uma via.

Capítulo V. Do processo de seleção

Art 16º os trabalhos serão selecionados, por uma Comissão composta por 3 (três) integrantes do grupo Roda de Letras, 2 (dois) integrantes do Centro Acadêmico e 2 (dois) professores convidados pelos organizadores e 2 (dois) convidados.
Art 17º Os seguintes critérios serão considerados para a seleção e premiação dos trabalhos inscritos:
a) adequação ao tema; b) apresentação do texto no formato inscrito pelo autor; c) criatividade;
Parágrafo único: A Comissão poderá escolher mais de um contemplado por categoria, se assim julgar conveniente.

Capítulo VI. Da premiação

Art. 18º A premiação é composta de “1 kit de livros” para os 3 (três) primeiros colocados, conforme descrito abaixo:
1º colocado: 2 livros oferecidos pela BJA + 1 Vale-Livro no valor de R$40,00 (quarenta reais)
2º colocado: 2 livros oferecidos pela BJA + 1 Vale-Livro no valor de R$30,00 (trinta reais)
3º colocado: 1 livro oferecidos pela BJA + 1 Vale-Livro no valor de R$25,00 (vinte e cinco reais)
Art. 19º Os vencedores receberão também diploma.
Capítulo VII. Da divulgação do resultado
Art. 20º Os organizadores farão a divulgação no dia 17 de novembro de 2009, através dos Murais da Biblioteca José de Alencar, do Centro Acadêmico 06 de Outubro, do blog do DCE Mário Prata da UFRJ (dceufrjcultura.blogspot.com) e através da página da Faculdade de Letras (www.letras.ufrj.br).

Capítulo VIII. Das considerações finais
Art. 21º É de inteira responsabilidade dos inscritos o ônus relativo aos direitos autorais de textos, imagens e outros meios que acompanhem seu trabalho.
Art. 22º Ao se inscreverem, os participantes autorizam automaticamente aos organizadores a utilizar, editar, publicar, reproduzir, por meio de livros, jornais, revistas, televisão, rádio e internet, imagens, conteúdos e qualquer informação, sem restrição de espécie alguma.
Art. 23º Os materiais que forem encaminhados por solicitação dos organizadores não serão devolvidos. Caberá aos organizadores seu arquivamento ou destruição.
Art. 24º A escolha dos selecionados, dos premiados, da comissão selecionadora, assim como a decisão de casos omissos nesse regulamento, serão de inteira responsabilidade dos organizadores.
Parágrafo único: A Comissão é soberana e não haverá qualquer tipo de revisão ou recurso.
Art. 25º A participação no Concurso Literário “50 ANOS SEM VILLA-LOBOS (1959-2009)” implica a aceitação irrestrita deste regulamento.
Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2009.

Boa Sorte!

R.L.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Em breve...
Especial do DCE Woodstoock!
Globo e Record: tudo a ver com o poder
Cada um fala a verdade do outro.
Wilson H. Silva
da redação do Opinião Socialista

Há semanas, o sempre “pouco respeitado” público tem acompanhado uma disputa envolvendo, por um lado, a Rede Globo e, de outro, a Record.

A “briga” entre os canais de TV envolve lances de corrupção, golpes baixos vindos dos dois lados e horas e mais horas de “reportagens” colocadas no ar pelas duas rivais.

É um caso exemplar da absurda situação criada em função das espúrias e hipócritas relações que os órgãos de imprensa e a mídia em geral mantêm com o poder brasileiro. Situações que também estão chegando à população de forma tão distorcida como a realidade geralmente mostrada e representada por esses órgãos.

Muitos afirmam que se trata apenas de uma “guerra por audiência”.

De fato, a Globo está incomodada com a concorrência da Record. Afinal, estamos falando, literalmente, de milhões de reais investidos diariamente pelo mercado publicitário em função da promessa de retorno apontada pelos índices do Ibope. Só para se dar uma ideia do que estamos falando, basta dizer que um intervalo de 30 segundos no chamado horário nobre (entre 20 e 22 horas) custa algo em torno de R$ 300 mil.

Contudo, isso é apenas a superfície de algo muito mais complicado. São brigas entre setores que, na verdade, têm tudo a ver um com o outro.“Uma guerra privada com armas públicas”O subtítulo, emprestado de uma matéria publicada no site da revista “Caros Amigos” no dia 21 de agosto, resume bem o que realmente está acontecendo. Como afirma o repórter Rodolfo Viana, não há “mocinhos” nessa história e “também não há mentiras nos ataques de uma contra a outra: os Marinho sempre tiveram uma relação espúria com o poder e a Record, uma interação promíscua com a Igreja Universal do Reino de Deus. Mas o problema central nessa guerra é que estão guerreando com armas alheias. Estão guerreando com armas públicas”.

O centro da crítica da “Caros Amigos” é um fato inquestionável: canais de TV são concessões públicas, que deveriam atender aos interesses da população. O que temos visto é uma disputa motivada pelos lucros e interesses do punhado de gente que controla essas redes. Uma briga que está sendo utilizada por ambos os lados para aumentar ainda mais o volume de seus cofres.No “vale-tudo” armado pelas duas emissoras, não há “golpe” que seja proibido. A Record está exibindo partes do documentário “Além do Cidadão Kane”, produzido por um canal de TV britânico depois do escândalo envolvendo a montagem que a Globo fez do debate entre Lula e Collor, nas eleições de 1989, beneficiando claramente o segundo (atual amicíssimo de Lula, Sarney e demais comparsas).A Globo também tem de tudo. Além de “montar” reportagens em seus principais noticiários para cutucar a concorrente, a emissora prepara-se para atacar numa área em que é reconhecidamente eficaz: a ficção. Já está definido, por exemplo, que na próxima edição de “Ó Pai, Ó”, os personagens evangélicos do seriado se envolverão com corrupção e desvio de dinheiro da igreja.

Mansões e templos habitados pelo poder

Apesar do clima de “barraco” que tem cercado a disputa, o que temos visto é algo como dois latifundiários que ficam mudando a “cerca” de sua propriedade para “roubar” terras um do outro.O problema para a maioria da população é que o simples “mover de cercas” não significa que o terreno ficará livre para outros. Muito pelo contrário. Nessa briga, o “terreno”, ou seja, a própria sociedade, só muda de mãos, ficando sempre submetida à lógica do mercado, da ideologia dominante e seus valores degenerados e da distorcida visão de mundo que nos é apresentada pelos meios de comunicação. Como costumam dizer os teóricos marxistas da comunicação, os órgãos da imprensa e da mídia não mandam diretamente na sociedade (como muitos acreditam, ao dizerem, por exemplo, “que a Globo faz e desfaz presidentes”), mas são importantes agentes do poder. Por exemplo, desempenham um importante papel nos processos eleitorais. E não há dúvida de que esse “serviço” será cobrado a peso de ouro em 2010.Mas são como “espaços” habitados pela burguesia, que detém o poder através da propriedade das indústrias, bancos, fazendas e negócios que financiam o mercado publicitário e, consequentemente, controlam o que é levado ao público e a forma como isso deve ser feito.Como não poderia deixar de ser, essas “mansões” ou “latifúndios” dividem-se entre diferentes setores da burguesia. No caso brasileiro, em que as concessões são dadas pelo Congresso, não é de se espantar que a maioria dos “proprietários” seja de famílias de políticos tradicionais, como os Sarney (Maranhão), os Barbalho (Pará) e os Magalhães (Bahia). Mas também sobra espaço para a instalação de outros setores, principalmente de instituições auxiliares do poder como as igrejas, tanto católicas como protestantes. Aproveitando-se da fé da população, essas instituições se encastelaram em emissoras de rádio e TV para, com dinheiro público, fazer propaganda de seus interesses e encher os bolsos de seus proprietários, charlatães de todos os tipos, sejam eles orientados pelo Vaticano ou pelos templos evangélicos, como Edir Macedo, os bispos da Renascer ou qualquer outro.

Por uma “reforma agrária no ar”

A única forma de pôr fim a essa história é com a democratização dos meios de comunicação, o fim do monopólio, da propriedade cruzada (os mesmos grupos e famílias detêm o monopólio da informação, contando com a posse de rádios, televisões, jornais, sites, etc) e das concessões de cartas marcadas.

Algo que já foi defendido pelo PT, a CUT, a UNE e outras entidades dos movimentos sociais que, hoje, não só abandonaram essa luta, como também vivem uma promíscua relação com os Marinho, a Universal e demais representantes da mídia.

Enquanto meia dúzia de famílias e grupos continuarem a ter o monopólio dos meios de comunicação, a população continuará como vítima de suas manipulações. E também seguirá essa divisão sem sentido, pois, afinal, não estamos diante de uma briga entre o “padrão global” e a “ousadia da Record”, muito menos entre católicos e evangélicos.Uma disputa acirrada pelas consequências da crise, que os obriga a serem mais ferozes nas suas investidas sobre o público que, infelizmente, continua sendo a principal vítima dessa situação lamentável.
Quanto vale a cultura?

Cristiano Nery, de São Paulo (SP)*

• Uma grande festa, que contou com personalidades artísticas como Zezé Motta, Chico César, Fafá de Belém, Bruna Lombardi, Tetê Espínola entre outras, foi feita no dia 23 de julho para comemorar a assinatura do Projeto de Lei que cria o vale-cultura. Os mestres de cerimônia foram o presidente Lula e o ministro da Cultura Juca Ferreira.O projeto tem o intuito de criar um vale no valor de R$ 50 para que os trabalhadores utilizem na compra de CDs, DVDs, livros, ingressos de teatro, cinema, museus, shows etc. O governo anunciou que o vale-cultura movimentará em torno de R$ 7,2 bilhões por ano no consumo cultural e atingirá aproximadamente 12 milhões de trabalhadores.Quem esta festejando o vale-cultura?O governo Lula vem fazendo uma megacampanha de que a crise passou, apoiado no fôlego que a economia ganhou em relação aos meses dos três últimos trimestres. Com isso, tem se vangloriado com as medidas que vem tomando para sair da crise. A principal delas foi dar aproximadamente R$ 300 bilhões para as grandes empresas e bancos.Não é de se admirar que, depois de isentar as montadoras do pagamento de parte do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) e dos impostos da chamada linha branca de eletrodomésticos, agora o governo queira dar para a indústria cultural aproximadamente R$ 2,7 bilhões por ano em isenções fiscais através do vale-cultura. É importante lembrar que quem está por trás da indústria cultural e receberá isenção fiscal são os grandes bancos como Itaú e Bradesco e grandes empresas como Vale, Fiat, Mercedes, entre outras que se enquadram na tributação do Imposto de Renda baseado no Lucro Real, ou seja, aquelas que têm uma receita total superior a R$ 48 milhões. Essas empresas poderão ficar isentas de até 1% do Imposto de Renda devido.Lula vem seguindo a mesma política dos governos anteriores de ajuda às empresas dando dinheiro através da renúncia fiscal. Empresas estas que estão demitindo vários trabalhadores e usando todos os artifícios para preservar seus lucros. Não é por outro motivo que o governo enviou o projeto para o congresso em regime de urgência, inclusive separado da reforma da Lei Rouanet, que está emperrada no gabinete do Ministério da Cultura (Minc) por conta das polêmicas em torno do projeto.Mas o trabalhador não vai ser beneficiado?Logo de cara, as pessoas estão achando o vale-cultura muito bom para o trabalhador já que, assim, enfim eles terão acesso à cultura. Só que, independentemente da aparência e da campanha que Lula e Juca Ferreira vêm fazendo, o trabalhador vai sair muito prejudicado com ele.O vale-cultura, assim como os outros vales – transporte, alimentação etc. – causam uma distorção no salário do trabalhador, uma vez que, nesses benefícios, não incidem INSS, FGTS, 13º, um terço de férias e outros benefícios ao qual o trabalhador tem direito. Seus efeitos só serão sentidos quando o trabalhador for sacar o FGTS, receber o 13º e um terço de férias no fim do ano e for se aposentar. Só então perceberá que os seus direitos diminuíram bastante, por que ele não receberá os valores correspondentes aos vales.Isso reduz também os impostos das empresas já que os valores investidos nos vales não têm incidência de impostos. Na hora da negociação salarial, serão levados em consideração os R$ 50 do vale-cultura, mesmo que de forma distorcida como parte do salário dos trabalhadores pressionando para que os reajustes do verdadeiro salário sejam menores.Como se não bastasse tudo isso, de acordo com o projeto, os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos terão de pagar 10% (R$ 5) por mês, e os que recebem acima de cinco salários vão pagar de 20% a 90%.Além das questões econômicas, o governo diz que com o vale-cultura existirá a democratização da cultura com cerca de 12 milhões de trabalhadores tendo a chance de ter acesso a ela, o que mudaria o número do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que 86% da população brasileira não vai ao cinema regularmente, 83% não compra livros, 96% não frequenta museus, 93% nunca foi a uma exposição de arte, 78% nunca assistiu a um espetáculo de dança e mais de 75% dos municípios não têm centros culturais, museus, teatros, cinemas ou espaços culturais multiuso.Só que não existe nada que comprove isso, já que o vale-cultura pode ser tratado como os outros vales que os trabalhadores normalmente trocam por dinheiro para poder complementar a sua renda. Além disso, uma parte dessas 12 milhões de pessoas, que receberão o vale-cultura já consome alguns produtos culturais e só substituirão uma parte do dinheiro pelo uso do vale. Como o leque de produtos que podem ser comprados com o vale é muito abrangente, parte deles já são comprados, e só mudará a forma de pagamento.A pergunta que fica no ar é: o que acontece com os trabalhadores que não têm carteira assinada? E os que trabalham para pequenas empresas que não se enquadram no Lucro Real (que é o caso da maior parte dos trabalhadores)? E R$ 50 são suficientes para toda família? O trabalhador terá fácil acesso? São perguntas que o governo e seu projeto não respondem. Mas as propostas do movimento dos trabalhadores da cultura podem responder esse questionamento.Consumo culturalÉ bastante nítido o quanto vem avançando a mercantilização da cultura, o quanto vem se ampliando a concentração e o fortalecimento da indústria cultural que é a quem cabe a maior parte da produção cultural junto com alguns grandes produtores. Por isso, a lógica predominante é a do capital que tem o intuito de produzir o que dê lucro, fazendo com que a produção de enlatados se torne a regra em detrimento das produções culturais e artísticas de qualidade.O vale-cultura aprofunda a lógica mercantilista e de mediocridade cultural, pois os maiores beneficiados serão os grandes empresários que controlam a produção cultural. Eles são, na maior parte das vezes, os mesmos que terão isenção de impostos, já que boa parte dos cinemas, casas de shows etc. pertencem a fundações ligadas a grandes bancos e empresas como Itaú, Bradesco, HSBC, Unibanco, entre outros. Apesar de ganharem rios de dinheiro, ainda têm a cara-de-pau de cobrar ingressos caríssimos que, mesmo com o vale-cultura, continuarão sendo uma barreira para que o trabalhador tenha acesso.Essa lógica mostra o quanto é mentirosa a afirmação do governo de que o trabalhador vai escolher o que vai consumir já que os produtores terão de produzir o que agrade aos consumidores, diferentemente do que acontece com a Lei Rouanet, em que os departamentos de marketing decidem o que vai ser produzido. Na prática isso não vai acontecer, porque quem vai continuar produzindo são os mesmos grandes empresários e produtores de sempre. Restará para os trabalhadores simplesmente optar pelo menos pior. Percebesse que, em vez de caminharmos para uma maior democratização cultural, estamos dando passos cada vez mais largos em direção a uma ditadura cultural do capital.Uma solução simplesPara os trabalhadores da arte – escritores, dançarinos, músicos, atores etc. – é muito fácil e nítido o cálculo da equação “financiamento = acesso à cultura de qualidade”. Basta que, ao invés de o governo destinar toda esta verba para as empresas, disponibilize toda ela diretamente para os trabalhadores da arte.Se calcularmos a partir de tudo que foi exposto até aqui, poderemos perceber que o governo arcará com muito mais que R$ 2,7 bilhões, se levarmos em consideração o que as empresas vão ganhar com isenção fiscal e com o que vão deixar de pagar de impostos com aumento de salário, já que o vale-cultura pressiona para que o aumento seja menor. Se nessa soma adicionarmos R$ 1,3 bilhões da Lei Rouanet e mais R$ 400 milhões de outros gastos e projetos, atingiremos uma cifra de quase R$ 5 bilhões. Esse será o maior valor já disponibilizado para a cultura no Brasil. Só que esse montante acaba indo parar nos bolsos das grandes empresas e bancos, da indústria cultural e dos grandes produtores.Agora, imaginemos R$ 5 bilhões sob controle dos trabalhadores, investidos em programas culturais como: produção e distribuição de livros; produção de filmes, construção de cinemas e estúdios de filmagens; produção de peças, espetáculos de música e dança, construção de teatros e arenas de circo; produção de estúdios, espaços para shows e eventos de música; investimento em faculdades e escolas de artes públicas e gratuitas; valorização da cultura popular e de vanguarda; programas de desenvolvimento de novas tecnologias e educação; dentre outros.Isso sim possibilitaria o acesso inclusive gratuito dos trabalhadores e do povo pobre independentemente de ter ou não carteira assinada, em cifras infinitamente superiores inclusive à meta de R$ 12 milhões do governo. Sem contar o avanço da qualidade das produções culturais, pois a lógica deixaria de ser produzir o que dá lucro e sim o que faz avançar o conhecimento do ser humano sobre si e o que lhe rodeia, sobre o que desenvolve as potencialidades humanas e sua interpretação da realidade. Para isso, é preciso uma produção livre e independente que só pode ser garantida se for com o controle dos trabalhadores, em que o papel do Estado seria o de financiador.Possibilitaria, também, que os trabalhadores da arte pudessem viver da arte, se dedicando a ela cada vez mais, diferentemente do que acontece hoje, em que os trabalhadores da cultura são tratados como vagabundos, como pessoas que não têm emprego. Na maioria das vezes, no entanto, eles têm de se matar vendendo a sua força de trabalho por uma remuneração miserável para poder se manter. Isso faz com que a grande maioria ganhe a vida em outra profissão. Só poucos conseguem sobreviver, justamente porque um punhado de privilegiados globais concentra a maior parte dos financiamentos por estarem totalmente adaptados à arte comercial e ligados à indústria cultural.Apesar de a maioria dos trabalhadores da cultura ainda acreditarem que o governo Lula e o ministro da Cultura estão tentando melhorar a cultura no Brasil, o que se vê, na prática, é que a postura deles tem sido de defender e ajudar, de todas as formas possíveis, inclusive financeiramente, os ricos. Lula e o PT mudaram de lado e se dispuseram a administrar o estado burguês da melhor forma possível para os patrões. É justamente isso que explica a doação de dinheiro às empresas enquanto a cultura se despedaça com a banalização e mediocridade imposta pela mercantilização.A luta pelo avanço da cultura passa pela luta também contra o governo e suas medidas neoliberais. Por isso, os trabalhadores da arte, como os que estão reunidos no Movimento 27 de Março (M27M) têm de levantar bem alto a bandeira do financiamento público para cultura. Isso passa por não aceitar nenhuma medida de qualquer governo no sentido de repassar para empresas dinheiro público da cultura, seja através de isenção fiscal, seja de qualquer outra forma.O financiamento público é muito importante para o desenvolvimento cultural, mas nós queremos mais que isso. Nós queremos o defende o Coletivo dos Artistas Socialista (CAS), que é toda liberdade em arte e que, para isso, é preciso derrubar essa estrutura social podre e construir outra sociedade, uma sociedade socialista.

*Cristiano Nery faz parte do Grupo de Teatro Trabalhadores da Arte, do Coletivo de Artistas Socialistas (CAS) e do Movimento 27 de Março

quinta-feira, 4 de junho de 2009



O canecão é nosso!

UFRJ RECUPERA NA JUSTIÇA PRÉDIO OCUPADO PELO CANECÃO


Decisão da Procuradoria Regional Federal do Rio deu parecer favorável à UFRJ para reintegração de posse do prédio que é ocupado pelo Canecão, situado na rua Venceslau Brás, 215, em Botafogo. Além de devolver o espaço, a casa de espetáculo terá que pagar uma indenização de 4 milhões à universidade. O imóvel foi cedido pela universidade à empresa no ano de 1992 e sua utilização deveria durar cinco anos, de acordo com o contrato estabelecido. As disputas se acirraram em 1997, quando a empresa deveria ter desocupado o local.
Atualmente, a questão tramita na 14ª Vara Federal. A casa de shows tem até o dia 1º de julho para se retirar do local.


Publicado em: 29/05/2009


Mario Benedetti: "Na rua, lado a lado, somos muito mais que dois"


O escritor uruguaio Mario Benedetti• Em seu “Adeus número três”, o poeta uruguaio Mario Benedetti dizia: “Estarei onde menos esperas (...) Eu estarei em um distante horizonte sem horas, na impressão do tato, em tua sombra e minha sombra”.Benedetti de fato permanece, não como sombra, mas imagem viva na poesia que deixa. A poesia, que para ele, “ensina a não temer a morte”. E, mais que isso, a poesia que sempre foi ferramenta de transformação do mundo: “quando a poesia abre suas portas, é como se mudássemos de mundo”.Mario Benedetti morreu no último 17 de maio, aos 88 anos. Sua morte significa, para a América Latina, a perda de “um escritor continental, um escritor cuja obra reflete o sentir de todos os países da região”, nas palavras do escritor colombiano Álvaro Mutis.


Antes de viver apenas de seus escritos, Benedetti foi funcionário de uma oficina de autopeças, taquígrafo, vendedor, contador, funcionário público, tradutor e jornalista. Escreveu mais de 80 livros de poesia, romances, contos e ensaios, tendo recebido vários prêmios por suas obras. Mas ele mesmo dizia que a poesia era o gênero no qual se sentia mais confortável. “Quando tenho uma preocupação, uma dor ou um amor, tenho a sorte de poder transformar em poesia”, afirmava.Foi militante da esquerda, atividade que se entrelaçava à sua literatura. Em 1971 ele fez parte do grupo que fundou o “Movimiento de Independientes 26 de Marzo”, que posteriormente integraria a Frente Ampla, alternativa aos partidos Branco e Colorado no país. Com o golpe de estado no Uruguai, em 1973, inicia-se seu período de exílio. Perseguido e ameaçado de morte, Benedetti viveria uma década em países como Argentina, Peru, Cuba e Espanha. O poeta nutria grande simpatia pelas conquistas da revolução cubana. Ele retorna ao Uruguai apenas em 1983, iniciando um período que ele chamou de “desexílio”, que também influenciaria profundamente suas obras.D


urante sua vida, Benedetti não teve necessidade de crer em deus e considerava a consciência como sua única religião, à qual todos deveriam prestar contas de seus atos. Criticou a globalização capitalista, chamando-a de uma “ditadura indiscriminada, que cada vez conduz mais ao suicídio da humanidade”.Porém, falar que os ideais políticos influenciaram sua literatura é dizer pouco sobre a obra de Benedetti. Se ele fala de injustiças e de mudar o mundo, o faz de forma coloquial, simples e tocante, não como quem discursa, mas como quem fala de esperanças humanas. É assim em seu poema “Defesa da alegria”, em que ele afirma ser necessário “defender a alegria como um destino”, “defender a alegria como um direito”.É desta mesma forma sensível que ele entrelaça as relações pessoais aos laços de camaradagem nas lutas: “Se te quero é porque sois / meu amor, minha cúmplice e tudo / E na rua, lado a lado / Somos muito mais que dois”.Entre suas obras mais importantes estão “Poemas da Oficina”, “A trégua” e “A borra do café”. “A trégua” lhe rendeu fama internacional, sendo traduzida para cerca de 20 idiomas. Sua última obra publicada foi “Testigo de uno mismo”, em agosto de 2008.


Benedetti morreu em maio de 2009, mas já suportava uma ferida aberta desde 2006, a perda de Luz Lopez, seu amor, sua cúmplice, tudo. Grande companheira e amada, amigos desde a infância, Luz se fez sempre presente em sua vida e em sua obra.Os olhos se fecham e a poesia de Benedetti segue sendo, segundo sua própria definição, “uma clarabóia para a utopia”.



DEFESA DA ALEGRIA


Defender a alegria como uma trincheira

defendê-la do escândalo e da rotina

da miséria e dos miseráveis

das ausências transitórias

e das definitivas


Defender a alegria como um princípio

defendê-la da surpresa e dos pesadelos

dos neutros e dos nêutrons

das doces infâmias

e dos graves diagnósticos


Defender a alegria com uma bandeira

defendê-la do raio e da melancolia

dos ingênuos e dos canalhas

da retórica e das paradas cardíacas

das endemias e das academias


Defender a alegria como um destino

defendê-la do fogo e dos bombeiros

dos suicidas e dos homicidas

das férias e do fardo

da obrigação de estarmos alegres


Defender a alegria como uma certeza

defendê-la do óxido e da sujeira

da famosa ilusão do tempo

do relento e do oportunismo

dos proxenetas do riso


Defender a alegria como um direito

defendê-la de deus e do inverno

das maiúsculas e da morte

dos sobrenomes e dos lamentos

do azar e também da alegria

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A tradicional virada cultural paulista esse ano terá a sua versão carioca. O Viradão Carioca levará shows, concertos, exposições e literatura às praças, ruas e centros culturais da cidade. O evento acontece nos dias 5, 6 e 7 de junho.
Ao todo, serão cerca de 300 atrações em 48h, tudo gratis ou a preços populares.

Entre os nomes confirmados estão Beth Carvalho, Zélia Duncan, Dudu Nobre, Alceu Valença, Elba Ramalho, Moska, Elza Soares, Farofa Carioca, Sandra de Sá, Toni Garrido e Marcos Sacramento.

Os palcos principais serão temáticos: na Praça 15, onde o Viradão vai começar, o tema é o Rio de Janeiro, Fevereiro e Março. Na quadra da Portela o tema é nordestino, com muito forró e outros ritmos. Os palcos serão montados da zona-sul ao subúrbio.
Em breve a programação cultural completa.

DICA DE CULTURA


Milk, a voz da igualdade

Do diretor Gus Van Sant (Gênio indomável, Elephant, Paranoid Park), o filme Milk, a voz da igualdade arrematou duas estatuetas do Oscar no dia 22 de fevereiro. Indicado em oito categorias, Milk levou os prêmios de melhor ator (Sean Penn) e melhor roteiro original.Baseado numa história real, o filme se passa no início dos anos 1970, em São Francisco (EUA). Nascido em Nova Iorque, Harvey Milk (Sean Penn) resolve mudar-se para São Francisco com seu namorado Scott (James Franco). Eles abrem uma loja fotografia no bairro Castro, um bairro bastante hostil aos gays. Porém, em pouco tempo, o bairro inteiro vira referência de luta dos homossexuais.É justamente a discriminação que impulsiona Milk a iniciar uma batalha até as últimas consequencias em defesa de direitos iguais para os gays. Assim, ele conquista uma legião de apoiadores, entre homossexuais e heterossexuais, que o ajudam a ser eleito para o Quadro Supervisor da cidade em 1977, equivalente a veredaor. Milk foi o primeiro gay a assumir um cargo público nos Estados Unidos.A partir de então, Milk passa a encabeçar grandes campanhas nacionais em defesa dos direitos dos homossexuais. E, evidentemente, acumulou inimigos. O filme se desenvolve a partir de registros orais que Milk vai gravando para que sejam ouvidos caso fosse assassinado.

FICHA TÉCNICA:

Título Original: Milk

Ano de Lançamento: 2008 (EUA)

Gênero: Drama

Duração: 128 minutos

Direção: Gus Van Sant

Roteiro: Dustin Lance Black

Montagem: Elliot Graham

Produção: Bruce Cohen, Dan Jinks e Michael London

Música: Danny Elfman

Fotografia: Harris Savides

Direção de Arte: Charley Beal

Elenco: Sean Penn (Harvey Milk), Emile Hirsch (Cleve Jones), Josh Brolin (Dan White), Diego Luna (Jack Lira), James Franco (Scott Smith), Alison Pill (Anne Kronenberg), Victor Garber (Prefeito George Moscone), Dennis O'Hare (Senador John Briggs), Joseph Cross (Dick Pabish), Stephen Spinella (Rick Stokes), Lucas Grabeel (Danny Nicoletta), Brandon Boyce (Jim Rivaldo), Howard Rosenman (David Goodstein), Kelvin Yu (Michael Wong)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Movimento Hip Hop Militante
APÓIA A CONSTRUÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL DOS ESTUDANTES.
UNE/UBES NÃO FALAM EM NOME DA JUVENTUDE DA PERIFERIA!

Durante o último Fórum Social Mundial, em Belém, foi fundado o Movimento Hip Hop Militante – Quilombo Brasil, hoje, integrado pelas seguintes organizações: Quilombo Urbano – MA, (São Luiz - MA), Ministério das Favelas (Caxias-MA) Coletivo LUTARMADA (Rio de Janeiro - RJ), Resistência Cangaço Urbano (Fortaleza-Ce) , Atividade Interna (Teresina – PI)

Militante porque somos “muito mais do que artistas”. Somos revolucionários e expressamos através do rap, do break e do grafite a nossa fúria contra as amarras do capital, a nossa sede de liberdade e de justiça para o povo da periferia.Militante porque não somos governistas. Porque nos opomos frontalmente ao Hip Hop impostor, traidor da favela, aos mercenários da cultura Black que, do interior das ONG`s, tentam domesticar o maior instrumento de luta do povo preto e pobre deste País desde os Quilombos.Essas ovelhas brancas da raça, esses fãs de canalha, liderados pela podre Central Única das Favelas – CUFA – de MV BILL, realizam “inocentes” parcerias com os carrascos capitalistas que promovem um cotidiano genocídio contra a etnia negra. A começar pelo governo Lula, o “cara” que enviou as “tropas de paz” para exterminar o povo negro do Haiti e que aguarda ordens da ONU para mandar seus cães adestrados para Guiné-Bissau, na Mãe África!

Militante porque somos classistas e não negamos a nossa herança negra, guerreira e indomável, o nosso sangue de Zumbi, Dandara, Malcolm X e Anastácia. Não negociamos a liberdade!Sendo assim, o Movimento Hip Hop Militante – Quilombo Brasil declara que a UNE/UBES não falam em nome da juventude que habita as periferias brasileiras. Por conta de seu governismo sem vergonha, por conta de sua burocracia gangster, por conta de suas calças arriadas para o capital afirmamos que, para nós, essas entidades estão moribundas e fedorentas. Queremos ser parte da pá de cal que sepultará estes cadáveres, já algum tempo, mortos para luta, já que passaram para o outro lado das barricadas, para o lado das reitorias/diretoria s, dos governos e empresários, enfim, da polícia. Cuspimos em seu caixão!

Portanto, apoiamos a construção do Congresso Nacional dos Estudantes, ambicionando unificar e organizar as lutas nacionalmente. Para nós, isso é urgente! Os atuais ataques como os aumentos nas tarifas do transporte público e a limitação da meia cultural, além de serem reflexos da crise econômica da burguesia que tenta jogá-la nas costas da juventude, estão a serviço da transformação das periferias em campos de concentração.Esse holocausto urbano se dá pela impossibilidade de visitar outros pontos da cidade, pelo acirramento da guerra interna na favela e, principalmente, pelas políticas de segurança e suas polícias exterminadoras que recebem o apoio explícito da UNE/UBES como, por exemplo, a Ronda do Quarteirão em Fortaleza.“Terra de preto não é gueto, terra de preto é quilombo”!

Clamamos a todos os estudantes, a toda juventude da periferia e a todos os militantes do Hip Hop que construam o CNE e contribuam política e culturalmente com o encontro.Que a juventude favelada seja sim a chama da rebeldia, e que siga firme nos marcos da aliança operária - estudantil. Que a favela se incorpore no CNE com o programa da classe trabalhadora, já que é essa a classe que habita as quebradas.Vamos à luta a todos os guerreiros e guerreiras que abandonam a velha roupa azul e optam pelo novo, um novo bem vermelho! Todos em frente, vamos ao ataque!

Saudações quilombolas

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Congresso Nacional de Estudantes

Programação do CNE
10 de Junho de 2009 – 4ª feira

16h às 22h:
Credenciamento
Local: Sala de aula nº XX

11 de Junho de 2009 – 5ª feira

8h:
Reinício dos trabalhos de credenciamento
Local: Salas de aula nº XX

8h às 9h:
Café da Manhã
Local: Restaurante Universitário

9h às 11h30:
Mesa de Abertura
“Nós não pagaremos pela crise deles! – A crise econômica internacional e a resistência dos movimentos sociais”
Composição:
ANDES
CONLUTAS
INTERSINDICAL
MTST
MST
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

11h30 às 12h30:
Aprovação do Regimento do Congresso Nacional de Estudantes
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

12h30 às 14h:
Almoço
Local: Restaurante Universitário

14h às 16h:
Plenária de Apresentação de Teses
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

16h às 18h30:
Painéis simultâneos:
1) O projeto neoliberal de ataque às universidades públicas e a luta estudantil pro um novo projeto de universidades
Composição:
PROFº EDMUNDO DIAS - UNICAMP
PROFº ROBERTO LEHER – UFRJ
PROFº IVO TONET – UFAL
CARLOS LEAL – MESTRANDO UFRJ
EXECUTIVA NACIONAL DOS ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão
2) Não pago, nem pagaria! Educação não é mercadoria! – A crise das universidades privadas e a luta pelo fim do ensino pago
Composição:
APROPUC/SP
DCE PUCCAMP
DA FAFIL
Local: Auditório Quinhentão do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ - Ilha do Fundão
3) Os ataques ao ensino básico e médio e a luta por uma nova escola!
Composição:
APEOESP/OPOSIÇÃO ALTERNATIVA
SEPE/RJ
GRÊMIO CAP UFRJ
GRÊMIO CEFET/MG
ROBERTO SIMÕES OPOSIÇÃO SEPE/RJ
Local: Auditório Besão do Centro de Ciências da saúde da UFRJ – Ilha do Fundão

18h30 às 20h:
Jantar
Local: Restaurante Universitário

19h:
Encerramento dos trabalhos de credenciamento

20h às 22h:
Mesa: A crise econômica mundial e a necessidade da unificação das lutas estudantis com as da classe trabalhadora pra superação do capitalismo.
Composição:
PLINIO DE ARRUDA SAMPAIO
VALÉRIO ARCARY
RICARDO ANTUNES
ATNÁGORAS LOPES
VERA SALIM
CRISTINA PINIAGO
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão


12 de Junho de 2009 – 6º feira

8h:
Reabertura dos trabalhos de credenciamento

8h às 9h:
Café da manhã
Local: Restaurante Universitário

9h às 12h30:
Grupos de Discussão: Conjuntura nacional e internacional
Local: Salas de aula no Centro de Ciências da Saúde da UFRJ – Ilha do Fundão

12h30 às 14h:
Almoço
Local: Restaurante Universitário

14h às 16h:
Grupos de Discussão Simultâneos:
-Universidades Públicas
-Universidades Pagas
-Escolas Secundaristas

Local:
Das salas XX a XX (CCS): Universidades Públicas
Das salas XX a XX (CCS): Universidades Pagas
Das salas XX a XX (CCS): Escolas Secundaristas

15h:
Encerramento dos trabalhos de credenciamento

16h às 18h30:
Mesa: Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu?... – Resgatando as concepções e a história do movimento estudantil brasileiro para construção do novo movimento estudantil
Composição:
TESES GERAIS REGULARMENTE INSCRITAS AO CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDANTES
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

18h30 às 20h:
Jantar
Local: Restaurante Universitário

20h às 21h30:
Tendas de debates das teses
Local: a definir

21h30:
Festa do Congresso Nacional de Estudantes no dia dos Namorados
Local: Quadra aberta ao lado do Ginásio Verdão


Dia 13 de Junho de 2009 – Sábado

8h às 9h:
Café da manhã
Local: Restaurante Universitário

9h às 11h:
Painéis simultâneos:1) A história do ME combativo no Brasil – da fundação da UNE aos dias atuais
Composição:
BENTO JOSÉ– VICE PRESIDENTE DA UNE PELO BLOCO ROMPENDO AMARRAS
HENRIQUE CARNEIRO – PRESIDENTE DA UPES NI INÍCIO DA DÉCADA DE 80.
PAULO DE TARSO VENCESLÁU – ORGANIZADOR DO CONGRESSO DE IBIÚNA
LEON – DIRETOR DA UBES DE 93 A 95
Local: Auditório Quinhentão do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ – Ilha do Fundão
2) Ocupa! Ocupa! Ocupa! – As ocupações de Reitoria e o surgimento de um novo movimento estudantil
Composição:
OCUPAÇÕES DE REITORIAS
USP, UNB, UFMG, UFRJ, UFAL, UFBA, UERJ.
Local: Auditório Besão do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ – Ilha do Fundão
3) O debate sobre opressões no movimento estudantil
Composição:
QUILOMBO RAÇA E CLASSE
MOVIMENTO DE MULHERES DA CONLUTAS
GUDSS UFMG
COLETIVO DANDARA DIREITO USP
SECRETARIA ANTIRACISMO SEPE/RJ
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

4) Cultura
Composição:
MOVIMENTO HIP HOP MILITANTE/MA
LATUFF
PLENÁRIA EM DEFESA DA MEIA ENTRADA DO RIO DE JANEIRO
FUNARTE
GRUPO DE TEATRO DO OPRIMIDO
COLETIVO DE ARTISTAS SOCIALISTAS
Local: Quadra ao lado do Verdão

11h às 12h30:
Tendas de debates das teses
Local: a definir

12h30 às 14h:
Almoço
Local: Restaurante Universitário

14h às 17h:
Grupo de discussão: A construção de um calendário nacional unificado de mobilizações e debate sobre as alternativas do ME brasileiro.
Local: Salas de aula no Centro de Ciências da Saúde da UFRJ – Ilha do Fundão

17h30 às 18h30:
Apresentações Culturais
Local: a definir

18h30 às 20h:
Jantar
Local: Restaurante Universitário

20h às 22h30:
Oficinas
Local: Salas de aula do CCS

Dia 14 de Junho de 2009 – Domingo

8h às 9h:
Café da manhã
Local: Restaurante Universitário

9h às 12h30:
Plenária final
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

12h30 às 14h:
Almoço
Local: Restaurante Universitário

14h às 18h30:
Plenária final
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

18h30 às 20h:
Jantar
Local: Restaurante Universitário

20h às 21h:
Plenária final
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

21h:
Cerimônia de encerramento do Congresso nacional de Estudantes
Local: Ginásio “Verdão” na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ – Ilha do Fundão

sábado, 11 de abril de 2009

Encontro das Artes

Encontro das Artes
Data: Dia 17 de abril sexta-feira
Horário: 11h inicia
Local: Bosque da reitoria
Roda de Letras Momento Reclame Rádio Livre EBA
Fanfarra Paradiso Repartição da flor
Blues Jazz Samba grafite pizzada
Centro acadêmico da Escola de Belas Artes
Centro Acadêmico da Faculdade de Arquitetura e urbanismo
Centro Acadêmico de Letras
Centro Acadêmico da Escola de Música

segunda-feira, 23 de março de 2009

Meia-entrada e o direito dos jovens à cultura e ao lazer

A Meia-entrada é um direito histórico à arte e cultura! Restrição não será permitida por aqueles que ocuparam reitorias por todo o Brasil!
Luisa Rosati da história UFRJ e Natália Russo da EBA UFRJ

Um projeto de lei tramita neste momento na câmara em regime de urgência buscando restringir o direito à meia-entrada. Essa lei vai afetar duramente a juventude brasileira. Hoje, já não é fácil poder freqüentar os eventos culturais em nenhum local do país. Os ingressos são sempre caros demais, e mesmo a meia-entrada é muitas vezes inacessível. A cultura se transforma cada vez mais em instrumento das empresas para ganhar dinheiro. Não há espaço nem incentivo para a juventude se expressar culturalmente de forma independente dos interesses do mercado. O acesso à cultura é restrito, até porque a sua própria criação encontra-se nas mãos do empresariado. É a mercantilização de algo que deveria servir para a livre expressão de nossos sentimentos, anseios e reflexões. Agora então, uma parcela maior ainda dos jovens vai ser totalmente excluída desses espaços.
Em um período de crise econômica os empresários do entretenimento estão muito preocupados com a redução da sua margem de lucro. Assim, atuam com seus lobbys no congresso para desferir mais esse ataque. Querem que a juventude pague por uma crise econômica que ela não criou. A cultura e a educação são os temas mais negligenciados pelos governos e com certeza serão os primeiros a sofrerem ataques e cortes. A verba da cultura vem sendo pífia a muitos anos. O governo Lula já anunciou uma revisão no orçamento votado para 2009. Não será surpresa alguma um corte significativo nessas pastas. Os trabalhadores da cultura foram protagonistas de uma greve de mais de 100 dias denunciando o descaso com a cultura do país.
A juventude que precisa da cultura como complementação acadêmica e para sua formação humana e universal, não deixará que as restrições culturais e a alienação imposta pela mídia e governos venham tolir sua capacidade de luta. O movimento estudantil demonstrou que é capaz de defender esse direito histórico que apenas a ditadura teve a cara de pau para retirar. A todos aqueles que contribuem para a repressão às manifestações artísticas e culturais, a todos aqueles que se utilizam de belos nomes como democracia e igualdade, mas enquanto a reforma agrária não sai e o desemprego aumenta pedem calma mas colocam com urgência a redução dos direitos. A eles diremos bem alto que nossa resposta é a luta!

Entenda o que está ocorrendo?
O Senado aprovou, no final de 2008, um projeto que visa restringir o direito à meia-entrada em cinemas, teatros, estádios de futebol, casas de show, etc. O projeto de lei está agora tramitando na Câmara dos Deputados (PL 4751/08), em caráter de urgência. Assim que aprovado, será necessária apenas a assinatura do presidente Lula para que entre em vigor.
O projeto consiste em restringir em 40% a quantidade de ingressos vendidos pela metade do preço (a estudantes e idosos) em todos os estabelecimentos culturais. Assim, se, por exemplo, uma sala de cinema tem 100 lugares, só 40 poderão ser vendidos por meia. Depois de uma árdua disputa entre estudantes e idosos pelos lugares, muitos ficarão de fora, e terão que pagar inteira ou desistir do programa. No entanto, se reduzir a 40% já vai nos prejudicar muito, é fácil perceber que o problema, na prática, vai ser ainda maior, pois ficaremos à mercê dos interesses dos donos dos estabelecimentos, e nada garante que eles vão de fato respeitar essa cota.
Além disso, o projeto contém outros pontos, todos no sentido da restrição do direito. Um deles libera os estabelecimentos da obrigatoriedade da venda de meia-entrada de todos os tipos de ingresso. Áreas ou cadeiras especiais, por exemplo, não estão incluídas na lei e não será obrigatória a venda de meia-entrada para elas. Brechas como essa abre precedentes para uma perda ainda maior de nosso direito. Proíbe também o acesso a meia-entrada para estudantes de pré-vestibulares.
O projeto revoga, ainda, a Medida Provisória n° 2208, de 2001, que acabava com o monopólio da UNE e de suas entidades estaduais sobre a emissão das carteirinhas. Hoje podemos comprar meia-entrada apresentando apenas a carteira de nossa escola, faculdade ou curso, e sem pagar nada por isso, a partir da aprovação dependeremos da UNE e teríamos que pagá-la por isso assim como era antigamente. O projeto, portanto, além de restringir o direito à meia-entrada, dificulta também a forma com que os estudantes têm acesso a esse direito. Um outro grande problema é que agora uma entidade que nunca passa nas nossas salas de aula, defende os projetos do governo para a educação passaria a ter um aparato completamente desproporcional ao seu peso real na base enquanto movimento estudantil. A UNE está mais próxima de uma “fábrica de carteirinha” do que de uma entidade que organiza os estudantes para defender seus direitos. A entidade, apesar de ter se declarado contra a restrição dos 40%, esteve presente em toda a negociação do projeto. Seu objetivo é recuperar o monopólio sobre a emissão das carteirinhas, atividade que rende muito dinheiro. Esteve afastada das principais lutas estudantis dos últimos períodos, perdeu toda e qualquer independência em relação ao governo, e agora quer ganhar dinheiro em cima de nosso direito.
Estamos vendo um direito conquistado há cerca de 60 anos pelo movimento estudantil brasileiro ser ameaçado. A meia-entrada só foi conquistada porque estudantes lutaram há muito tempo para que várias gerações pudessem ter acesso à cultura e ao lazer. Também nossa geração já mostrou que é possível vencer, ainda que o inimigo seja poderoso, quando travamos grandes e vitoriosas lutas por todo o país durante os últimos dois anos. A ocupação da reitoria da USP que derrotou os decretos do Serra, a conquista de dois bandejões na UFRJ, a grande vitória ideológica do movimento estudantil contra o REUNI demonstraram o caminho. Mais uma vez, sabemos que só conseguiremos garantir a meia-entrada através de nossa luta. Defender nosso direito, travando uma grande luta em todo o país, e exigindo de Lula que não sancione essa lei é a tarefa de todo o movimento estudantil combativo, que não mudou de lado, e não deixou de lutar.

Encontro das Artes 3 de abril de 2009

O encontro das artes será realizado no dia 3 de abril no bosque da reitoria. A reunião de preparação do Encontro será na terça-feira dia 24 às 19h no IFCS. O encontro das artes livres... leve idéias e participe!